São Paulo, 27 de Novembro de 2009, Sexta-feira. Uma sexta com cara de sábado. Mas havia algo especial rolando na cidade, e esse algo era o show do AC/DC. Para começar o dia, tomei um banho, e logo após, nos arrumamos e fomos almoçar em algum lugar que não me recordo o nome, na Avenida Paulista. Os personagens são Eu (Guilherme), minha irmã (Gabriela), Alana e Cíntia (mais tarde também ingressaria na jornada, Vitor). Almoçamos (bom, digamos que eu não tenha almoçado, pois um Triplo do Bob's [que apesar do nome, não mete medo] não pode ser considerado um almoço) e então partimos para o apartamento da Alana (que diga-se de passagem, possui uma vasta coleção de discos, além dos bonequinhos do Kiss e a minha preferida Stratocaster do Rock In Rio, que funcionava como uma antena para a minha irmã). Após isso, nos encontramos com Vitor, e saímos de Taxi rumo ao grande evento. Partimos para o Morumbi (ou Panetone) e lá encontramos a maior concentração de headbangers que eu já havia visto. Eram 15:00, mais ou menos, e tudo o que sabíamos era que a nossa entrada para o show era no portão 4. Rodamos metade do estádio procurando o final da fila que se destinava ao nosso portão, porém nada achamos. Pedimos então informações e finalmente encontramos o final de nossa fila, que não estava tão grande. Tudo estava azul, e então ouvimos um acorde de guitarra. Sim meu querido leitor, eram ELES passando o som. Logo depois, também ouvimos o Hell Bell ecoando por toda a extensão do Morumbi e fora dele também. Como esperado, eu gelei. Foi aí que o tempo mudou. Nuvens negras surgiram e raios começaram a "cair", porém o mais legal, foi que a cada raio que "caia", todos gritávamos "THUNDER! a-a-a-a-a-a-a!". Era emocionante, principalmente para a minha pessoa, que mais tarde assistiria o primeiro show de sua vida. Cada vez mais, passavam vendedores oferecendo bebidas e capas de chuva com preços inflacionados. Para a nossa sorte, a nossa já havia sido comprada, e então nos vestimos para a chuva. Foi forte. Não me recordo a qual hora, os portões se abriram, e a fila foi andando. Aqui, houve uma falha da Ticketmaster e seus contratados: Não requisitaram a minha carteira de estudante, que dava direito a meia entrada e muito menos a minha identidade, qua diz a minha idade. Entramos, e então seguimos para a loja interna, que vendia tudo relacionado ao marketing oficial da banda. Os preços eram muito além do que eu esperava. A camiseta oficial custava R$70,00. E eu fui louco o bastante para pagar esta fortuna. Logo após tudo isso, tive a primeira impressão do que era um show de Rock. Músicas eram tocadas pelas caixas de som que dariam o retorno para os músicos, e o que me deixou intrigado foi quando a música Iron Man do Black Sabbath ecoava no estádio do Morumbi por meio dos gritos que soltavamos, acompanhando Tony Iommi em cada acorde que ecoava de seu Riff. Então a chuva caiu novamente. E lá estavamos nós, na chuva, a espera do show do AC/DC, já que quem abriria o show era o lixo do Nasi, e do lado do palco que mais tarde abrigaria o melhor momento da minha vida. Começou o show de abertura, mais ou menos às 20:30. Tocaram duas músicas (Should I Stay Or Should I Go e uma música da carreira solo dele: lixo), e então subiu no palco, Andreas Kisser com a guitarra de Randy Rhoads. Tocaram Raul e outra música, e então saíram do palco, para a alegria da maioria dos presentes. Após isso, um australiano passou pela passarela que havia no meio do povão, para assegurar que não haveria o risco de algum músico cair devido a água. Após alguns rodinhos, tudo estava ok. Após alguns minutos de angústia, exatamente às 21:35 (o show estava marcado para às 21:30) começa a introdução das duas horas mais extasiantes da minha vida. Com um desenho animado DO CARALHO, começava O SHOW. Logo após o desenho, fumaça por todo o palco e então o telão se dividia em dois e uma locomotiva de 1,8 Toneladas aparecia no meio do palco, junto com Angus Young tocando os primeiros acordes. Era Rock N' Roll Train (primeira música do disco "Black Ice"). Não deu outra, eu pulei feito um macaco e acompanhei Brian Johnson em todas as palavras que ele desferia com seu vocal impecável. Logo após este início, um clássico prosseguia: Hell Ain't A Bad Place To Be, que levava o Morumbi inteiro ao delírio (que diga-se de passagem, estava lindo: O efeito que os chifrinhos vermelhos piscantes faziam era de encher os olhos). Todos cantavam as músicas junto com Malcolm e Brian. Logo após isso, Brian anuncia Back In Black. Não daria para esperar outra reação da platéia a não ser gritos. Todos cantavam e acompanhavam Angus no solo que ele fazia. Após isso, uma música do novo disco, era Big Jack. Grande parte cantou só o refrão, o que já era o bastante. Após isso, mais um clássico da era Bon Scott: Dirty Deeds (Done Dirt Cheap). Eu fiquei emocionado ao ver um clássico sendo tocado ao vivo. Após isso, o Morumbi ecoava pedindo Thunderstruck. Então a banda, sem mais iniciou Shot Down In Flames, que ocorreu da mesma forma, com um coro lindo da parte de todos. Realmente querendo Thunderstruck, o Morumbi pedia novamente. Desta vez fomos atendidos. Quando os acordes da guitarra eram tocados, todos gritavam. E ficou ainda mais bonito quando um coro gritava junto com Malcolm "THUNDER!". Como o esperado, tudo estava perfeito. Logo após, começou a minha música predileta do disco, a música título do álbum: Black Ice. Como não deveria ser diferente, todos cantaram. Então chegou uma das músicas com maior presença de palco do grupo: The Jack. Todos cantaram juntos "She's got the Jack!" e então Angus é desarmado de sua Gibson e começa um Strip-Tease. Começou tirando a gravata (verde-amarela em homenagem ao Brasil) e depois a sua camiseta social. Quando todos menos esperavam, o estudante vira de costas para a platéia e abaixa suas calças. O que vemos, é a sua cueca com o logo da banda estampada. Depois deste momento, ele pega novamente sua guitarra e começa a solar. Após o termino da música, Brian sai pela passarela que havia por ali e então sai correndo para badalar o Hell Bell. Então, logo após algumas badaladas do sino, Angus começa o riff da música. Assim prosseguiu com Shot To Thrill, War Machine, Dog Eat Dog e You Shook Me All Night Long. Logo depois, veio mais um sucesso da era Bon Scott: T.N.T. E que emoção era aquela de ouvir todo o Morumbi gritando "Oe! Oe! Oe! Oe!". E para completar o espetáculo, colunas de fogo acendiam no palco, enquanto a música era tocada. Logo após isso, vemos uma boneca aparecendo em cima da locomotiva. Adivinhem quem é. Sim, ela mesmo, Rosie. Angus tocava o riff enquanto ela se enchia, porém uma "tradição" foi meio que esquecida nesta música. Algumas pessoas gritavam Angus, como é tradicional, enquanto outras gritavam Hey. Mas nada que tirasse o brilhantismo da apresentação, que para variar foi impecável. Logo após isto, houve o ápice do show: Let There Be Rock. Música tocada e cantada de forma impecável pelos integrantes e pela platéia. No solo final, que durou cerca de dez minutos, Angus Young aproveitou toda a extensão da passarela e ficou a 2 metros da minha pessoa. Sim, eu vi Deus na minha frente. Logo após isso, ele subiu em uma grua redonda e então teve o seu ataque que todos amamos. Na minha frente. Após isso, seguiu aquela pausa que os músicos dão para entrar com o Bis (ou Encore). Então Angus surge no meio da fumaça com um pequeno solo de guitarra e então tem início Highway To Hell. Foi emocionante ver este clássico ao vivo. senti como se realmente estivesse na estrada do inferno. E logo após, surgem os canhões, que fariam de For Those About To Rock aquele espetáculo que foi. Logo após isso, muitos fogos de artifício foram desferidos contra o céu paulistano, terminando ali aquilo que eu considero as melhores duas horas da minha vida. Para quem quiser saber, eu chorei rios e mais rios quando terminou. Era um sentimento inexplicável, ver de tão perto quem você considera intocável. E a voz do Brian continua impecável igual ao CD Black Ice. Bom, aqui quem vos escreveu foi Guilherme de Freitas Romeiro, tentando descrevem para vocês como foi o que creio ser o melhor show da minha vida. Abraços e fiquem com algumas fotos.






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